Review of Mulholland Drive (2001) by Ryan M — 13 Mar 2013
Alguns cineastas possuem linguagens tão expressivas que bastam poucos minutos de projeção para que identifiquemos seus traços na tela, David Lynch à (C) um desses casos, sua preocupação com a forma e desprendimento com os conceitos de real/irreal deixam a mostra a vertente lynchiana, óbvia nas decisões em que toma como diretor.
Desprendimento aliás, à (C) o que David nos sugere metaforicamente durante as mais de 2 horas de duração de âMulholland Driveâ? (Enfadonhamente traduzido como âCidade dos Sonhosâ?, nome que sugere uma simplicidade inexistente no longa), nossa defesa, ao vê-lo, à (C) procurar a todo custo uma explicação plausÃvel para todos os acontecimentos e reviravoltas da trama, mas este não à (C) o caso.
Logo no começo do filme, Lynch nos apresenta uma cena aparentemente desconexa do enredo, onde um homem descreve um sonho em que teve em um bar, a cena, termina com a constatação de que o sonho correspondia tambà (C)m a ârealidadeâ?, sendo assustado pelo monstro com o qual havia sonhado, a cena dá o tom de todo o resto do filme, um agressivo âdesprendam-seâ? à (C) jogado a nós telespectadores, afinal, o que à (C) a realidade? Por mais verossÃmil que nos pareça, nenhuma obra cinematográfica à (C) a realidade, então por que levarmos a sà (C)rio esta jornada surrealista que o diretor pretende nos levar?
As personagens são clichês de produções que já aconteceram em hollywood, a loira ingênua correndo atrás de seu sonho ou a morena sedutora de caráter duvidoso, e talvez seja esse o ponto principal de âMulholland Driveâ?, como essas personagens usuais a primeiro momento, são jogadas numa história que se desafia a cada minuto, levando a uma reviravolta nem um pouco linear, mas extremamente interessante.
Ao chegar na maravilhosa sequência da visita das garotas ao clube "Silêncio", Lynch gritará nos seus ouvidos, âNO HAY BANDAâ?, nada à (C) verdadeiro, absolutamente nada, e se atà (C) as personagens ficam perturbadas com tal constatação, à (C) nossa hora de entrar na mágica do mundo de Lynch, do cinema, ou mesmo da vida.
O que à (C) verdade? Por mais absurdo que pareça, "Mulholland Drive" nos lembra como toda a indústria de hollywood tambà (C)m "no hay banda", nem o mais verossÃmil dos roteiros ou atuações, a forma, quando a frente do conteúdo, traz um produto final tão ousado e provocativo, que pode ter efeito em nós mais que apenas durante seu tempo de projeção.
This review of Mulholland Drive (2001) was written by Ryan M on 13 March 2013.
Mulholland Drive has generally received very positive reviews.
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